Viagem à Albânia Bósnia e Montenegro

Entidade Organizadora

Associação Humanitária Cultural e Recreativa Beselguense

Data do Evento
28 de julho a 4 de agosto de 2024

Local
Beselga – Penedono

Preço por pessoa em quarto duplo –1700,00€

Suplemento para quarto individual –400,00€

Contactos
Luís Figueiredo I 962347552 

1.º dia-28 Julho: Beselga-Porto-Čilipi (Dubrovnik)-Mostar (Bósnia Herzegovina)

Saída da Beselga em autocarro até ao aeroporto do Porto. 15H05 – Partida em voo direto com destino a Čilipi. Chegada e assistência pelo nosso guia privativo que acompanha a viagem do aeroporto de chegada ao aeroporto de partida. Partida para norte, pela estrada que serpenteia entre o mar Adriático e a montanha agreste e austera em direção à fronteira com a Bósnia-Herzegovina. Jantar no percurso. Atravessando quilómetros de campos de vinhas e oliveiras, chegada a Mostar, a cidade-mártir da guerra dos Balcãs. Alojamento no Hotel Eden****, ou similar.

2.º dia – 29 de Julho: Mostar - Sarajevo (Bósnia Herzegovina)

Pequeno-almoço. Visita ao centro dominado pelos minaretes das mesquitas que lembram a presença do império Otomano durante quatro séculos, numa convivência pacífica entre muçulmanos, católicos, cristãos ortodoxos e judeus. Visita a pé atravessando a famosa ponte de Mostar, construída no século XVI por ordem de Suleiman, “o Magnífico”, o Velho Bazar com as suas calçadas em pedra de seixos do rio, a casa Bišćevića, residência turca tradicional do século XVII e uma mesquita. Após o almoço, viagem até Sarajevo acompanhando o curso do Neretva o rio esmeralda, que serpenteia entre as montanhas que serviram de pano de fundo à guerra entre sérvios, croatas e bósnios. No caminho, visita ao ‘’Túnel da Esperança’’ a única forma de comunicação com o exterior durante o cerco de 1425 dias. Estima-se que mais de um milhão de pessoas tenham circulado pelo túnel, por onde entravam alimentos, armamento, medicamentos, cigarros e ocorria o transporte de feridos e crianças. Alojamento e jantar no Hotel Holiday Inn****, ou similar.

3.º dia – 30 de Julho: Sarajevo - Podgorica (Montenegro)

Pequeno-almoço. Visita panorâmica da capital da Bósnia percorrendo a sempre animada praça do mercado, a Sinagoga, a Mesquita de Gazi Husrev Bay, a catedral do Coração de Jesus e a ponte latina onde foi assassinado o arquiduque Francisco Fernando, provocando a I Guerra Mundial. Após o almoço, percorremos a vasta região a que os otomanos deram o nome de ‘’Balcã’’ que significa montanha na língua turca. As paisagens são de uma beleza surpreendente pelas características do relevo acidentado e da natureza hostil. Após atravessar a fronteira, jantar no percurso. Alojamento no Hotel Bristol****, ou similar.

4.º dia – 31 de julho: Podgorica - Krüje (Albânia) – Durrës

Após o pequeno-almoço visita à capital do jovem país Montenegro e que foi palco estratégico na II Guerra Mundial entre Nazis e Aliados. Após a guerra, o líder da Jugoslávia, Tito, dedicou-lhe especial atenção na reconstrução da cidade. Nos dias de hoje, a arquitetura urbana reflete a sua turbulenta história e a diversidade de regimes que viveu. Breve visita panorâmica da cidade. Partida para Krüje, um bastião de resistência contra os Otomanos no século XV. Visita ao Museu Gjergj Kastrioti, situado no interior das muralhas do castelo e o tradicional mercado. Almoço. Continuação para Durrës, uma das cidades mais antigas da Albânia, que possui o maior porto do país. Colonizada pelos gregos, foi um importante entreposto comercial, sendo a Torre Veneziana a prova da presença desses intrépidos marinheiros. Transporte ao Hotel Arvi****, ou similar. Jantar num restaurante local com música típica ao vivo. Alojamento.

5.º dia – 1 de agosto: Durrës - Berat - Tirana - Durrës

Após o pequeno-almoço partida para Berat, um pequeno tesouro e vila museu Património Mundial da UNESCO. Intitulado o povoado das mil janelas, subimos a pé desde o típico bairro Mangalem até ao castelo para visitar o museu de Onufri, onde aprendemos um pouco mais sobre a arte iconográfica Bizantina. Visita ao museu Etnográfico instalado numa casa típica albanesa em pedra e madeira. Almoço. Visita de Tirana, capital da Albânia, passando pela Praça Skanderbeg, o Teatro Nacional, o Museu Histórico, o Palácio Cultural, a Mesquita Et’hem Bey construída entre 1798 e 1812, a torre do relógio e a curiosa “Pirâmide”, construída em 1988 como um museu durante o período do ditador Enver Hoxha. Na década de 80, a Albânia mantinha centenas de bunkers, que hoje foram transformados em casas comerciais, lojas, cafés e espaços culturais. Visita ao Bunk Art2, cuja exposição mostra a vida e as perseguições políticas na época da República Socialista Popular da Albânia. Regresso ao litoral Adriático, Durrës, para jantar e alojamento.

6.º dia – 2 de agosto: Durrës - Skadar

Pequeno-almoço. Viagem na direção do lago Skadar, o maior do sul da Europa. Após almoço em restaurante local, visita da fortaleza Rozafa, que segundo a lenda foi construída por 3 irmãos, que todas as manhãs descobriam as obras do dia anterior completamente destruídas. Aqui usufruímos de uma vista panorâmica da cidade, dos 3 rios que aqui confluem e do seu famoso lago. Passeio panorâmico pela localidade onde existe uma decoração típica do Império Otomano, com uma arquitetura que mistura estilo estalinista e oriental. Caminhando pela Kole Idromeno, a animada rua pedonal da cidade, visita ao museu de fotografia, onde o legado do pintor e fotógrafo italiano Pietro Marubi estabelecido em Skadar, nos permite um olhar sobre a Albânia tradicional do século XIX. Visita de uma fábrica de máscaras de Carnaval, uma arte inspirada na tradição veneziana, mas cuja produção é em grande parte no exterior, nomeadamente na Albânia. Alojamento e jantar no Hotel Rozafa****, ou similar.

7.º dia - 3 de agosto: Skadar - Budva (Montenegro) - Kotor - Radanovići

Após o pequeno-almoço, partida para o Montenegro, pela costa adriática, passando por localidades com praias idílicas como Bar, ou admirando ao longe a minúscula península de Sveti Stefan. Paragem em Budva para almoço. Passeio no núcleo muralhado pendurado sobre as águas azul turquesa. Continuação para a cidade medieval de Kotor classificada como Património Mundial da UNESCO, e situada na ponta do fiorde do mesmo nome. Após a visita do centro histórico, um autêntico labirinto medieval que parece parado no tempo, continuamos para Radanovici. Jantar e alojamento e no Hotel Aurel Coast**** ou similar.

8.º dia – 4 de agosto: Radanovići - Aeroporto Dubrovnik (Čilipi) – Porto - Beselga

Após o pequeno-almoço, passeio pelo único fiorde do sul da Europa, por uma estrada panorâmica bordeando o mar Adriático, contornando as baías e passando por típicas e tradicionais aldeias de pescadores. Após atravessar a fronteira de entrada na União Europeia, a última paragem é na pérola mais valiosa do Adriático, a bela Dubrovnik, com as suas casinhas em pedra esbranquiçada e telhados alaranjados. Tempo livre para passear na rua pedonal Stradun, percorrer as muralhas, ou subir a um dos muitos miradouros da cidade. Em hora a combinar localmente, transporte ao aeroporto. Formalidades de embarque. 20H35  – partida em voo direto, com destino ao Porto. Chegada às 23h10 e continuação da viagem em autocarro até à Beselga.

Preço Inclui

O preço inclui:

– Viagem em autocarro Beselga / aeroporto do Porto / Beselga;

– Passagem aérea em voo direto, em classe económica, com direito ao transporte de 1 peça de bagagem de porão até 20kg e 1 peça de bagagem de mão até 5kg;

– Guias locais selecionados em Mostar, Sarajevo, Podgorica, Krüje, Berat, Tirana e Skadar;

– Dormida e pequeno-almoço buffet nos hotéis indicados ou similares;

– Circuito em autocarro de turismo de acordo com o itinerário;

– Visita de Kotor orientada pelo guia privativo;

– Refeições indicadas no itinerário – 13 refeições (com menus de grupo e pré-determinados de acordo com a gastronomia local, não incluindo bebidas nem dietas especiais);

– Taxas de cidade, turismo, serviço e IVA;

– Taxas de aviação, sujeitas a alteração;

– Seguro básico de viagem com cobertura de cancelamento;

– Acompanhamento de experiente guia de língua portuguesa ou espanhola, desde o aeroporto de chegada ao aeroporto de partida, no destino.

 

Não Inclui: Bebidas, despesas de carácter pessoal e quaisquer serviços não mencionados como incluídos.

 

Inscrições 
As inscrições feitas online (www.associacaobeselguense.pt).
 
 
Data limite para inscrições: 
- As inscrições decorrerão até dia 2 de novembro de 2020, estando limitadas a 650 participantes (serão atribuídos os frontais mediante a recepção do comprovativo de pagamento). Quem tiver a inscrição regularizada nesta data terá direito a frontal personalizado com o nome.
- Não serão aceites inscrições de última hora para BTTistas ou para almoços dos acompanhantes.

O preenchimento do Formulário que a seguir se apresenta é da exclusiva responsabilidade do participante.

Alertamos que em caso de preenchimento incompleto ou incorreto poderá comprometer-se o normal desenrolar da prova, nomeadamente no que diz respeito ao Seguro de Acidentes Pessoais.

Por favor, confira os seus dados antes de submeter a sua inscrição!

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    (*) Nota: Os atletas federados uma vez que já possuem seguro pagam menos 1€

    Acompanhantes para o almoço:

    O preço por acompanhante para o almoço com idade entre os 6 e os 10 anos é de 8€. Com idade superior a 10 anos é 10€.

    As crianças até aos 6 anos não pagam mas a inscrição é obrigatória.

    Preenchimento obrigatório caso não se aplique coloque 0.

    Com idade até aos 6 anos:

    Com idade entre os 6 e os 10 anos:

    Com idade superior a 10 anos:

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    Inscrições limitadas a 650 participantes (serão atribuídos os frontais mediante o pagamento).

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    Viagem a Jerusalém e à Terra Santa
     

    Crónica de Viagem

    ­­Mais uma vez, a Associação Beselguense realizou a sua tradicional viagem anual. Desta vez o destino foi Jerusalém e a Terra Santa, território mítico que tem suscitado paixões ao longo dos tempos. Terra de várias encruzilhadas, de povos e de civilizações que se têm guerreado desde sempre por um escasso pedaço de terra. Terra Santa para as três grandes religiões – Judaísmo, Cristianismo e Islamismo – que ao longo dos séculos têm tentado conviver no mesmo território. Lugar santo, pois dele emana as nossas crenças, o nosso imaginário, aquilo de que sempre ouvimos falar mas que na (da) realidade pouco ou nada sabemos. Ideias feitas, muitas vezes erradas, de uma realidade completamente diferente daquela que julgamos saber.

    Mas vamos à viagem, que decorreu de 24 de julho a 1 de agosto.

    1º DIA

    Saídos da Beselga, rumámos ao aeroporto de Lisboa, de onde voámos até Bruxelas onde voltámos a embarcar para finalmente chegarmos a Tel Aviv. Longe vão os tempos em que a TAP voava diretamente para Israel. Jovem país que este ano comemora os seus 65 anos de existência como nação independente. País com cerca de 8 milhões de habitantes, sendo a sua maioria judeus, regressados dos quatro cantos do mundo a partir do início do século XX. Nós, os 37 vindos de Portugal, chegados a Tel Aviv, rumámos a norte, até Haifa, 3ª cidade de Israel situada junto ao mediterrâneo. Aí dormimos num hotel situado no monte Carmelo com uma soberba vista sobre a baía de Haifa. A nossa ida até Haifa ficou a dever-se à realização das Macabíadas, realização desportiva que se realiza em Israel de 4 em 4 anos para atletas vindos de todo o mundo.

     

    2º DIA

    Após o primeiro contacto com um (excelente) pequeno-almoço do médio oriente, partimos à descoberta. Ainda em Haifa, visitámos os jardins do Templo Bahai, o convento de Stela Maris, a gruta de Elias e o Monte Carmelo. Viajámos em seguida até Cesareia, junto ao mar, tendo atravessado a planície costeira com as suas imensas e originais plantações de bananeiras, (só vendo) e de culturas várias. Cesareia, com o seu porto, mandado construir por Herodes o Grande, é um exemplo de uma conceção visionária para o seu tempo de desenvolvimento. Visitadas as ruínas e o aqueduto de 14 quilómetros que abastecia a cidade, após o almoço dirigimo-nos a Acre. Esta cidade foi a sede dos cruzados da Ordem dos Hospitalários. Fortaleza notável com os seus magníficos salões onde se albergavam centenas de soldados/cruzados. Derrotados e expulsos os cruzados, parte da fortaleza foi destruída e soterrada. Vêem-se agora os resultados das escavações e da recuperação daquele espaço. Após a visita, atravessámos a Galileia e dirigimo-nos para Tiberíades junto ao mar da Galileia. Uma nova realidade – um imenso lago, alimentado pelo rio Jordão, situado 214 metros abaixo do nível do mar. Instalados no hotel, depois de um mergulho na piscina e de um jantar com variadíssimas iguarias, ainda houve tempo à noite para um passeio pela cidade de Tiberíades. Uma nova cultura, com parte da sua população de judeus observantes, mais tradicionalistas, seguindo os seus preceitos religiosos – fato e sapatos pretos, camisa branca, kipá na cabeça, indumentária habitual para os sete dias da semana. Elas, de saia comprida, lenço na cabeça, jovens mães mas já com meia dúzia de filhos. Cidade calma, pacífica, onde cada um vive a sua vida, ao seu estilo, sem recriminações.

     

    3º DIA

    Logo pela manhã, a “inevitável” travessia de barco do mar da Galileia. Experiência inesquecível, devidamente “ilustrada” pelas inúmeras explicações históricas e bíblicas deste local. Partida de Tiberíades e chegada ao kibutz Ginosar – espécie de cooperativa de várias famílias que exploram a terra e se dedicam a várias atividades. Diga-se que em Israel não existem latifundiários. O máximo que cada pessoa pode possuir são três hectares de terra. Daí, o elevado número de kibutz, nos quais várias famílias se organizam e se dedicam à exploração agrícola (desenvolvidíssima) e a outras atividades, inclusive o turismo. Desembarcados, subimos até à Igreja das Bem Aventuranças e aos seus belos jardins. Seguimos até à igreja que evoca a multiplicação dos pães e dos peixes e mesmo junto à beira-mar visitámos a igreja do Primado de S. Pedro. Excelente lugar para nos refrescarmos um pouco no mar da Galileia. Prosseguimos para Cafarnaum, terra natal de S. Pedro, onde visitámos as suas ruínas e a igreja edificada sobre estas, como que suspensa, deixando ver no seu interior a antiga casa de S. Pedro. À saída, visita das ruínas da antiga sinagoga desta povoação, perdida no tempo. O almoço foi-nos servido junto ao mar da Galileia num belo e aprazível local. Na ementa – peixe do mar da Galileia e outras iguarias. Peixe este a lembrar-nos outras histórias. Após o almoço, ida até à igreja da Transfiguração, no cimo do monte Tabor, de onde se avista uma incrível paisagem sobre o vale fértil, irrigado com água do mar da Galileia que é para aqui bombeada. Notável obra de engenharia que conseguiu transformar o deserto num oásis verdejante. Descidos do monte, dirigimo-nos para Canã onde visitámos esta localidade e a igreja evocativa do milagre do vinho. Tempo ainda para brindarmos com vinho de Canã. A seguir viajámos até Nazaré onde visitámos a Basílica da Anunciação, obra moderna e grandiosa, onde vários países quiseram estar presentes na sua edificação/decoração através dos seus belos mosaicos. Visita ainda da igreja de S. Pedro nesta localidade com forte influência muçulmana. Regressámos a Tiberíades onde pernoitámos.

     

    4º DIA

    Partida pela manhã para o rio Jordão, para o tradicional local do batismo bíblico. Chegados ao kibutz de Kineret nas margens do Jordão, todo o grupo aproveitou para mergulhar os pés nestas águas, apreciar a beleza local e “permitir” que os pequenos peixes do rio “debicassem” os pés de cada um. Experiência inesquecível. Seguimos viagem ao longo do rio Jordão, junto à fronteira com a Jordânia, onde pudemos ver o tipo de vedação fronteiriça que separa os dois países. Uma interminável rede com sensores eletrónicos, capazes de detetar eventuais intromissões. E o verde ia dando lugar ao castanho. Das planícies verdejantes passámos para o deserto da Judeia, lugar quase inóspito, de quando em vez, polvilhado com pequeníssimas localidades e alguns kibutz de explorações agrícolas, sobretudo plantações de palmeiras tamareiras, aos milhares, devidamente irrigadas gota-a-gota. E eis que chegámos ao lendário Mar Morto – 420 metros abaixo do nível do mar. Lugar único com uma concentração de sal 8 vezes superior à água do mar, água “salgadíssima” que permite experiências únicas, como flutuar sem dificuldade, pois a concentração de sal é tal que é impossível alguém afogar-se. Depois de banhados e devidamente “enlameados” com a lama do Mar Morto, seguiu-se o almoço à beira-mar. Retomámos a viagem para sul, em direção a Qumran, local onde foram descobertos os célebres manuscritos do mar Morto. Local inóspito, muito quente, onde pudemos observar as escavações da antiga civilização dos Essénios, povo que vivia no deserto e que há 3000 anos se dedicava ao estudo e à transcrição de textos. Absolutamente notável, era a forma como conseguiam sobreviver neste local sem água, tendo construído uma conduta que recolhia a água das chuvas que escorria de Jerusalém no inverno, a cerca de 30 quilómetros. Prosseguimos para Jericó, a cidade mais antiga do mundo, situada em pleno deserto e que se mantém viva há cerca de 7000 anos ininterruptamente, devido a duas nascentes de água que brotam do deserto. Cidade maioritariamente muçulmana, onde pudemos observar o Monte das Tentações, o seu casario e estilo de vida. Depois de Jericó, iniciámos a subida até Jerusalém, 800 metros acima do nível do mar. Chegados a Jerusalém passámos pelo Monte Scopus e dirigimo-nos ao Monte das Oliveiras. Daqui observámos uma magnífica paisagem da cidade, três vezes santa. Jerusalém – 50 vezes cercada, 35 vezes conquistada e 10 vezes destruída. Ao fundo, as muralhas da Cidade Velha edificadas por Herodes o Grande, no cimo das muralhas, a cúpula dourada da Mesquita, ao seu lado esquerdo a mesquita de Al-Aqsa, mais para a esquerda o Monte Sião e a meio das muralhas a Porta Dourada por onde terá entrado Jesus e mandada encerrar às ordens de um qualquer sultão que ocupou este território. Entre a Cidade Velha e o Monte das Oliveiras, avistamos o Vale de Jofá com as suas inúmeras sepulturas, centenas, milhares, que ao longo dos tempos aí foram ficando. Observada a paisagem, é tempo de celebrar a chegada à Cidade Santa. Brindámos com vinho licoroso de Canã, servido em pequenos cálices de madeira de oliveira. O pôr-do-sol bate nas pedras brancas de calcário das casas de Jerusalém e reflete-o – Jerusalém a cidade dourada.

    Chegámos ao hotel, magnífico, e nova surpresa. É sábado, dia santo para os judeus que o respeitam escrupulosamente. Só ao fim da tarde é que começam a deixar os quartos com os seus inúmeros filhos. Esperamos calmamente pelos quartos e nova surpresa, os elevadores estão programados para pararem em todos os andares, para que os judeus tradicionalistas não tenham de carregar nos botões. “Coisas” que aprendemos. Saciada a fome no imenso restaurante com a sua fantástica oferta de cores e sabores, partimos para a descoberta da Cidade Velha. Transposta a Porta de Damasco, aventuramo-nos noite dentro no bairro árabe com as suas infindáveis ruas de comércio. É outro mundo, uma “explosão” de sons estranhos e costumes diferentes, é noite, mas é como se fosse dia, já que estamos em pleno Ramadão.

     

    5º DIA

    Partimos para a visita à Grande Sinagoga de Jerusalém, passámos pelas imediações do Knesset (parlamento) e chegámos ao Museu de Israel onde observámos uma maquete gigante da antiga cidade de Jerusalém ao tempo de Herodes o Grande. Ouvimos as explicações, sobretudo sobre a construção do 2º Templo, destruído posteriormente pelo Império Romano. Seguimos até Ein Karen nas imediações de Jerusalém para visitarmos a Igreja da Visitação de Nossa Senhora à sua prima. Visitamos nas imediações a igreja de S. João Batista. Seguimos viagem até Belém, apenas a alguns quilómetros. À entrada, junto ao muro e ao posto fronteiriço que separa “as duas realidades” observamos uma grande placa em inglês “proibida a entrada de cidadãos israelitas” e o nosso guia fica à entrada. Ultrapassada a “linha divisória”, temos o caos no trânsito. Dezenas de carros disputam entre si o pouco espaço disponível para transitar e estacionar. Depois das “tradicionais” compras, o almoço num restaurante árabe cristão. Pequena minoria que tenta sobreviver num território hostil. Depois de almoço, visita da Igreja da Natividade e da Gruta do nascimento de Jesus. Momento alto sem dúvida. A Igreja da Natividade é das que conserva (apesar das reconstruções) a sua traça original, das mais antigas e bem preservadas. Até o pavimento posto a descoberto é o original com séculos de história. A igreja, sob custódia dos ortodoxos gregos, apresenta uma decoração muito diferente daquela a que estamos habituados a ver, com a sua típica iconografia. A Gruta, por debaixo da igreja, é um espaço exíguo no qual tentam circular de forma ordenada “bandos” de turistas ávidos de viver aquele momento. E todos colocam a sua mão na estrela de prata cravada no chão, balbuciando palavras que só os próprios entendem. Saímos, empurrados pela “enchente” que vem atrás de nós e observamos mais atentamente a igreja. É mesmo original, tal como original é a porta que lhe dá acesso. Entrada mandada tapar em parte, para evitar os assaltos, com uma enorme pedra no chão à entrada e com uma pedra superior rebaixada, para que todos a tenham que transpor, curvados para poder entrar. Há séculos foi feita assim e há séculos que se mantém. Ao lado visitamos a Igreja de Santa Catarina, de onde anualmente se faz a transmissão da Missa do Galo.

    Regressamos a Jerusalém e à noite depois do jantar, fazemos uma visita pela cidade. O Muro das Lamentações, o antigo Mercado de Frutas e Legumes transformado num moderno Centro Comercial ao ar livre numa pujante vida noturna, a zona das esplanadas e bares e a Rua Yafo. Espaços muito aprazíveis em tudo semelhantes a qualquer metrópole europeia.

     

    6º DIA

    Pela manhã, passagem pelo Monte Scopus onde se situa a Universidade Hebraica de Jerusalém (com cinco prémios Nobel) e ida até ao Monte das Oliveiras onde observamos mais uma vez a Cidade Velha. Visita da Capela da Ascenção no topo deste Monte e descida a pé do Monte das Oliveiras em direção ao Vale de Jofá. Visita da Igreja do Pater Noster (local onde Jesus terá ensinado o primeiro Pai Nosso aos discípulos), continuação da descida e visita da Igreja de Dominus Flevit com observação da imensa necrópole adjacente. Continuação da descida e visita da Igreja das Nações e do Túmulo da Virgem. Passagem pelos Jardins de Getsenami e visita da Gruta da Traição sob custódia dos ortodoxos gregos. Almoço num restaurante de cozinha tradicional no Monte Sião junto ao muro da Cidade Velha. Depois de almoço, entrada na Cidade Velha pela Porta de Sião, com as pedras do muro cravejadas de buracos de balas a evocar tempos mais conturbados. Passagem pelo Bairro Arménio, visita da Igreja da Dormição e visita ao Cenáculo (lugar da Última Ceia), local sagrado para várias religiões e visita ao Túmulo do Rei David. Continuação da visita passando pelo Bairro Judeu e observação das ruínas do antigo Cardo, principal via de comunicação da era Bizantina. Passagem pela réplica do Antigo Candelabro existente no 2º Templo da época de Herodes e que foi levado para Roma para ser exibido como troféu. Peça imponente, executada em madeira maciça revestida a ouro e protegida por uma enorme campânula de vidro. Visita do Muro das Lamentações observando as suas regras – homens do lado esquerdo, mulheres do lado direito, entrando os homens sempre de cabeça coberta. Visita do túnel junto ao muro, acessível apenas para os homens, o local mais sagrado, no qual se ora 24 horas por dia. O acesso a todo este recinto é vigiado noite e dia, sendo o controle de segurança bastante apertado. No regresso ao hotel, passagem pelo bairro muçulmano, saindo pela Porta de Damasco (a mais vistosa). À noite, nova passeata pelas zonas mais movimentadas.

     

    7º DIA

    Pela manhã, entrada na Cidade Velha pela Porta das Flores e início da Via Sacra. Visita da Igreja de Santa Ana com a sua admirável acústica e nas imediações, vista das Piscinas Probáticas e das inúmeras ruínas das diferentes épocas. Visita ao Litostrotos e locais onde Jesus Cristo terá passado à 2000 anos atrás. Visita das ruínas da rua desse tempo, vários metros abaixo da atual rua, com os seus inúmeros vestígios de diferentes épocas. Percurso pelas diferentes ruas da Cidade Velha reconstituindo a Via Sacra original e relatando as diferentes estações. Chegada ao tão ansiado Santo Sepulcro e entrada pelas igrejas/capelas copta e ortodoxa grega. Visita pormenorizada do Santo Sepulcro – o local mais sagrado para a cristandade – e dos seus vários setores entregues às várias correntes cristãs, que disputam entre si, a palmo, este local sagrado. Uma miscelânea indescritível de construções, alterações, edificações, decorações, escadarias, locais diversos de culto que tentam conviver da melhor maneira no mesmo espaço. Ferozes disputas entre cristãos durante séculos sobre a posse da igreja foram resolvidas por um decreto otomano de 1852, ainda em vigor e conhecido por Status Quo. Este decreto divide a custódia entre Arménios, Gregos, Coptas, Católicos Romanos, Etíopes e Sírios, sendo algumas áreas administradas em conjunto. Todos os dias, a igreja é destrancada por um guarda-chaves muçulmano – intermediário neutro – sendo esta tarefa cerimoniosa feita pela mesma família há várias gerações. Outra particularidade é a porta de entrada. Originalmente tinha duas portas, mas aquando da ocupação otomana uma das portas foi “fechada” com pedra, permanecendo até hoje assim. Após o almoço, servido no Bairro Arménio, o grupo preencheu parte da tarde nas tradicionais compras nos labirínticos bairros da Cidade Velha.

     

    8º DIA

    Saídos do hotel, visitámos o Museu do Holocausto, Yad Vashem, local extraordinário e de visita obrigatória, considerado por muitos, um dos pontos altos da viagem. No edifício principal pudemos testemunhar parte da história do povo judeu na Europa de Leste, o seu percurso ao longo dos tempos, a ascensão do nazismo na Alemanha e as atrocidades cometidas contra o povo judeu, não só pelos nazis mas também por outros, que colaboraram ativamente no extermínio dos judeus, nomeadamente os cristãos polacos. Mas se o povo judeu não esquece quem lhe fez mal, também não esquece quem lhe fez bem. E foi com emoção que vimos a imagem de Aristides de Sousa Mendes e a homenagem que lhe é prestada nesse museu. Uma obra magnífica e que a todos sensibiliza, sobretudo a enorme sala final onde estão reunidos os nomes dos milhões de judeus que foram assassinados e o espaço em branco, para aqueles que ainda falta identificar, pois populações houve que foram totalmente “apagadas” do mapa, não restando qualquer vestígio. Outro aspeto curioso observado foi a quantidade de militares (possivelmente recrutas) que visitavam o Museu e ouviam atentamente as explicações que lhes eram dadas. É que um povo sem história, não terá grande futuro, e eles de certeza terão. Visitámos o Memorial das Crianças que morreram no holocausto e observámos as centenas de árvores plantadas em homenagem aos que ajudaram os judeus – e lá estava Oskar Shindler e a sua árvore. Terminada a visita, almoçámos num kibutz às portas de Jerusalém e dirigimo-nos para Tel Aviv. Cidade nova, edificada a partir do início do século XX, quando meia dúzia de famílias judias compraram uma extensão de terra sem nada, a norte da cidade de Jafa e nela recomeçaram as suas vidas. Hoje é uma grande metrópole onde se situam todas as embaixadas, inúmeras empresas internacionais, cidade moderna e capital financeira do país. Depois de percorrermos as principais artérias e a zona da imensa praia dirigimo-nos a Jafa, cidade com mais de 4000 anos de história. Visitámos o local da casa de Simão a igreja de S. Pedro e a escadaria onde Napoleão terá executado mais de 3000 opositores aquando da invasão da Palestina pelas suas tropas. Depois de “refrescar” os pés nas cálidas águas do mediterrâneo daquela imensa praia, visitámos a zona mais antiga de Tel Aviv com as suas construções do início do século XX de Arte Nova e Bauhaus e o tradicional mercado de frutas e legumes. Terminada a visita e depois de um passeio à beira-mar, jantámos a última refeição na Terra Santa em Jafa. Depois do jantar, dirigimo-nos para o aeroporto para embarcar de regresso a Portugal.

     

    9º DIA

    Já passava da 1h00 quando embarcamos, depois de cumpridas as rigorosíssimas medidas de segurança. Próxima escala, Bruxelas, o voo é durante a noite, durante a qual tentamos dormitar qualquer coisa e/ou sonhar com tudo aquilo que acabámos de viver. Chegados a Bruxelas, segue-se um compasso de espera para apanharmos o voo de ligação a Lisboa. Aproveita-se o tempo para esticar as pernas, passar “pelas brasas” ou fazer algumas compras no free shop do aeroporto. Chegamos finalmente a Lisboa onde o autocarro nos espera para regressarmos à Beselga. À hora do jantar estamos em casa, cansados, mas com o espírito repleto de vivências extraordinárias. A satisfação generalizada de todos quantos participaram nesta aventura é incontestável.

    E antes de terminar a viagem, foi logo anunciada a próxima.

    No próximo ano iremos até à Ilha da Madeira. Aproveitaremos o feriado do 10 de junho (que calha numa 3º feira) e iremos dias 7, 8, 9 e 10 de junho (sábado, domingo, segunda e terça) visitar a Pérola do Atlântico. Serão mais 4 dias de viagem e de convívio, sendo que mais de metade dos participantes deste ano já se inscreveram para a próxima viagem.

    Mais Atividades

    XIX Maratona de BTT

    XIII Caminhada Noturna

    IX Caminhada de Beselga a Freixinho

    Viagem à Albânia Bósnia Montenegro